Os
meios de comunicação não podem ser apenas distribuidores de informações e
interpretações à população, mas ensiná-la o valor da informação e da
interpretação, de forma a permitir que descubra por si própria as mensagens e
seja capaz de refletir com suas próprias conclusões.
Para além do aprendizado das
técnicas do audiovisual, as oficinas se voltam para o ensino de uma perspectiva
crítica sobre produtos de cinema, vídeo e televisão, ao trabalho coletivo,
difusão do vídeo como forma de expressão e ao estímulo de ações pessoais e
sociais que interfiram na comunidade em que estão inseridas.
Esse processo de (des)construção da
mídia audiovisual proporciona uma melhor visão sobre a realidade, incentiva a
pesquisa e a busca do conhecimento, para registrar as condições de vida dos
habitantes e diagnosticar as necessidades sociais de forma mais ampla e precisa.
A população jovem precisa de um
resgate cívico, uma forma de transmissão do conhecimento em caráter comunitário.
Para isso é preciso resolver antes o problema histórico-social da comunicação,
uma questão tão importante quanto a educação, a economia, a saúde e a defesa.
Se iniciarmos uma transformação para
que utilizemos os meios de comunicação como ágora da sociedade, que todos os
sentidos positivos e negativos dessa sociedade sejam postos em público; se os
acertos e os erros são postos em discussão, se a sociedade começa a ver a si
mesma, para então iniciar uma discussão no intuito de desenvolver uma
organização social mais saudável e sustentável estará muito mais próximo da
democracia de fato.
São ações de comunicadores sociais que
trazem de volta o sentido verdadeiro de comunhão da comunicação esquecido por
força das preocupações diárias dos profissionais no atendimento do mercado
empresarial, politico, ideológico ou personalista.
Para isso devem aceitar a
complexidade e importância que é olhar e ver a organização politica da
sociedade como referencia central e a comunicação como uma de suas manifestações
mais intensas e importantes.
A comunicação não é o poder que
manipula todos os outros, inclusive os cidadãos na sociedade do espetáculo em
um mundo mediatizado. Porém pode vir a ser o estopim para legitima manifestação
da micropolítica, importante à organização da vida contemporânea. Aprimorando o
modo que a população “percebe” os problemas que a afeta e que se designam pelo
nome genérico de “subdesenvolvimento humano”.
Diferentemente
do que poderíamos chamar de “fazer televisão” que significa trabalhar nesse
meio de comunicação, neste caso, por possuir seus próprios modos de produção e
exibição, com conteúdos e públicos específicos chamamos de “fazer vídeo”, que
quer dizer produzir programas ou cinema digital (ficção ou documentário)
utilizando equipamentos eletrônicos para produção e exibição em qualquer
plataforma ou aparelho individual.
É evidente a pouca utilização da
produção e da propriedade do conhecimento como instrumentos de inserção social,
assim como, é nítida as crescentes manifestações e ações que valorizam a
comunicação e a expressão como objeto de desenvolvimento individual e coletivo. Para ampliar a democracia, é preciso dar acesso à tecnologia e à informação.
É natural a sociedade produzir informação e, é
também essencial para o fortalecimento das comunidades excluídas. As oficinas de comunicação levantam
a bandeira da responsabilidade, da emancipação social, possibilita o contato
com a tecnologia, a informação e, consequentemente, ao conhecimento, alterando
hábitos, tornando as pessoas mais autônomas e dinâmicas.
Através dessa animação social e
cultural utilizando os meios audiovisual e digital para exibição direcionada,
colocando em movimento um bairro, ou mesmo um grupo. Possibilita colocar as
pessoas em relação uma com as outras, de ajudá-las a reconhecer, discutir e
resolver os problemas que elas encontram. É por aqui que a gente se vê!
*Danilo Tavares - Documentarista
*Danilo Tavares - Documentarista