segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Tecnologia da comunicação e a Economia do Conhecimento: valorações simbólicas em processos logarítmicos

A Tecnologia da Comunicação e a Economia do Conhecimento: valorações simbólicas em processos logarítmicos


      Escrevi um artigo com o titulo acima. Arquivo completo em pdf aqui:
http://pontoporponto.org.br/metaorganico/economiacriativa.pdf

       O trecho inicial do texto:
      Ao longo da história, as mudanças sociais e econômicas sempre estiveram associadas as transformações tecnológicas que a ciência proporcionou aos instrumentos e ferramentas de produção, para manipulação da matéria (natural e sintética). Pela primeira vez, as transformações sociais e econômicas não são mais associadas a isso. Hoje o que gera valor, desenvolvimento e renda é o uso eficiente da tecnologia da inteligencia: a tecnologia de informação e comunicação. Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento da USP, resume bem a ideia de economia do conhecimento: “a economia do conhecimento existe quando criar valor depende da inteligência coletiva por redes sociais”.
    O Brasil se encontra muito atrasado quando se fala sobre infraestrutura tecnológica e formação profissionalizante. A emancipação digital depende de uma formação que oportunize às pessoas a capacidade de gerar renda, identidade e conhecimento, e não apenas o consumo de máquinas e serviços de massa. É preciso ir além do discurso entusiasta da inclusão digital bovina, é preciso crescer com politicas públicas voltadas ao empreendedorismo, redes colaborativas e produção de conteúdo criativo e informacional. (Leia mais...)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Documentário: um tratamento criativo da realidade - 2

Segunda parte do texto Documentário: um tratamento criativo da realidade 


Pelos labirintos de um personagem real

O documentário se interessará por pessoas que tenham algo a revelar de subjetivo. Assim, na frente da câmera, mesmo no filme documentário, registramos personagens. A própria presença da câmera e da equipe de filmagem do documentário faz com que a pessoa se torne personagem.
Em filmes em que se escondeu a filmagem, os personagens não representaram para a câmera, mas foram igualmente criados, pois foram enquadrados através do olho da câmera.
As pessoas, no seu dia a dia, sempre estão representando um ou outro personagem inventado, para si próprias. Porém o personagem natural(real) interpreta de modo diferente do que um ator na frente da câmera.
O ator é técnico, há uma técnica a serviço da estética.
O personagem natural é intuitivo, e o próprio na maioria das vezes nem percebe que está interpretando.
Um personagem bem trabalhado no documentário mostra-se repleto de contradições, silêncios, expressões faciais, o olhar, sentimentos, variações vocais, sub textos etc.
        "O perturbador é justamente encontrar no latifúndio, no ditador, no monstro, aquilo que o aproxima de nós. A complexidade, para mim, está nisso, diz Coutinho, e não na outra frase ‘de perto ninguém é normal’. ‘De perto todo mundo é normal’ é tentar encontrar as semelhanças por baixo das diferenças’". (Lins, 2004, p. 23).
Como uma das coisas mais importantes que o documentarista tem a fazer é abster-se de aderir ou julgar seus representados, será tudo uma questão de escolhas narrativas.
Os personagens do documentário são pessoas reais, com existências reais, uma vida fora do cinema. Acabam tornando-se personagens através de todo um processo de pesquisa, roteirização, gravação, com sua participação reduzida na edição em alguns minutos e até segundos.
Continuam a viver depois do filme, e a imagem que se produz delas pode afetá-las, para o bem ou para o mal.
Estabelecer uma relação de confiança com a pessoa entrevistada baseada em um comportamento ético e no compromisso de construir um filme, uma narrativa, que não distorça as falas ditas.

Há liberdade, na edição para documentário

       Tanto na edição de sequências dramáticas quanto nas sequências de documentário, ambas devem ser desenvolvidas por certas regras cinematográficas de montagem para se comunicar com o público. Além dessa semelhança, as diferenças são muito importantes.
         A diferença fundamental entre a edição de ficção e de documentário é, que na ficção trata-se do desenvolvimento de uma trama e no documentário trata-se da exposição e/ou discussão de um tema, e, dessa diferença nascem os métodos variados de produção.
       A produção de um filme dramático é muito mais controlada e definida do que no documentário. A historia é dividida em cenas, sequências e planos com quase tudo definido: luzes, enquadramentos, movimentos, diálogos, cenários etc. Na edição, já pré-formatada, colocam-se os planos juntos, determinando a ordem e o ritmo para que a trama seja mais bem contada.
       A tendência é de o realizador de documentários buscar desenvolver filmes sobre pessoas reais, em situações reais, fazendo o que elas realmente fazem. E através da exposição do real desenvolver temas, discussões, observações, sensações e saberes.
O filme documentário só é formatado na edição. Sendo assim, o editor tem uma função crucial e criativa. A edição será feita conforme os objetivos do documentário e a qualidade do material captado, dando mais liberdade do que no filme dramático.



Texto completo para download: http://pontoporponto.org.br/metaorganico/tratamento-criativo-do-real.pdf

Documentário: um tratamento criativo da realidade - 1

Documentário: um tratamento criativo da realidade

A câmera enquadra o que vemos e omite o que não veremos. Narrar é administrar informações, que selecionamos através da lente da câmera.
Construindo planos(quadros) que dão sentido ao mundo real, talvez o tornando mais evidente e compreensível.
Num filme organizamos as coisas de modo que o espectador faça a leitura pretendida. Embora cada um entenda o filme a seu jeito, ao descobrirmos nosso Tema – a nossa história, buscamos a melhor maneira de contá-lo. Todo documentário deverá tratar de um tema.
Tema é o dilema humano escolhido para ser explorado de diversos ângulos, de maneira estruturada, complexa, realista e plausível.
Estruturada – organizada em uma linha narrativa.
Complexa – trata-se de uma linguagem composta por imagem, som, ritmo, tempo e emoção, uma representação da vida.
O material de trabalho é sempre a experiência humana, mediada pelo enquadramento da câmera. Surgindo ai os dois elementos básicos de uma narrativa: o plano e o corte.
       Plano: aquilo que enquadramos pela lente da câmera e gravamos em um determinado tempo.
Corte: separação entre os planos diferentes dentro da cena, através do qual podemos mudar de enquadramento, de lugar, de tempo, e de cena. O documentário também é dramatização.
O valor dramático e narrativo pode e deve estar no documentário, e esse valor está na origem do gênero documental, buscando uma narrativa que vá além do mero registro de imagens e sons reais.
        “Documentário é o tratamento criativo da realidade”, John Grierson.
      Para Grierson os documentários devem passar do plano da descrição do material natural para arranjos, rearranjos e remodelação criativa do mundo natural.
O filme documentário trabalha com sons e imagens extraídos do mundo real. Mas isso o torna um documento da verdade? Ou melhor, podemos dizer com certeza que o filme documentário é expressão do real?
No documentário a verdade é uma construção através das imagens e sons vinculados a realidade através da verossimilhança, cuja validade é dada pelas mensagens estabelecidas no filme.
Buscamos na realidade, descobrir o drama humano ali presente, para o qual será necessária uma narrativa estruturada.
É esse o trabalho do documentarista: fazer filme é contar uma historia com imagens e sons.

Após escolher o tema, vem o foco

Sobre o que é nosso filme?
Eis a primeira pergunta que se deve fazer ao pensar em cada cena, em cada enquadramento, em cada corte na edição.
Há diferentes posturas a serem tomadas: buscar a imparcialidade do discurso do filme, ou assumir uma postura da “voz da verdade”? Revelar o mecanismo, dramatizar, ou apenas retratar pessoas naturais?
São algumas questões centrais ao trabalho do documentarista.
As soluções aparecem em possibilidades bem criativas, pois, assim como na vida, tudo é possível em cinema.
O documentário deve ser feito por uma equipe que está escolhendo “O QUE” e “COMO” filmar.
Isso não é realidade, é cinema!



Texto completo para download: http://pontoporponto.org.br/metaorganico/tratamento-criativo-do-real.pdf

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PRINCÍPIOS PARA A GOVERNANÇA E USO DA INTERNET NO BRASIL CGI.br

O Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br, definiu em 2009 a Resolução CGI.br/RES/2009/003/P os princípios para a Governança e uso da internet no Brasil, são eles:


1. Liberdade, privacidade e direitos humanos 
O uso da Internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática. 

2. Governança democrática e colaborativa 
A governança da Internet deve ser exercida de forma transparente, multilateral e democrática, com a participação dos vários setores da sociedade, preservando e estimulando o seu caráter de criação coletiva. 

3. Universalidade 
O acesso à Internet deve ser universal para que ela seja um meio para o desenvolvimento social e humano, contribuindo para a construção de uma sociedade inclusiva e não discriminatória em benefício de todos. 

4.  Diversidade 
A diversidade cultural deve ser respeitada e preservada e sua expressão deve ser estimulada, sem a imposição de crenças, costumes ou valores. 

5.  Inovação 
A governança da Internet deve promover a contínua evolução e ampla difusão de novas tecnologias e modelos de uso e acesso. 

6.  Neutralidade da rede
Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento. 

7. Inimputabilidade da rede 
O combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte, sempre preservando os princípios maiores de defesa da liberdade, da privacidade e do respeito aos direitos humanos. 

8. Funcionalidade, segurança e estabilidade 
A estabilidade, a segurança e a funcionalidade globais da rede devem ser preservadas de forma ativa através de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e estímulo ao uso das boas práticas. 

9. Padronização e interoperabilidade
A Internet deve basear-se em padrões abertos que permitam a interoperabilidade e a participação de todos em seu desenvolvimento. 

10. Ambiente legal e regulatório 
O ambiente legal e regulatório deve preservar a dinâmica da Internet como espaço de colaboração. 



fonte: http://www.cgi.br/