sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Malucos de Estrada - A reconfiguração do movimento "hippie" no Brasil

Imagine a oportunidade de mostrar num filme um modo de viver que poucos conhecem e capaz de inspirar tanta gente!
Sonhos, arte, poesia, cooperação, liberdade, revolução, desapego, igualdade, lutas... Sentimentos e ações que muitas vezes reprimimos em razão dos padrões sociais pré-estabelecidos, mas que são vividos intensamente por homens e mulheres que botaram uma mochila nas costas e o pé na estrada.
Mas quem são eles? Como vivem? No que acreditam?
O filme “Malucos de estrada: a reconfiguração do movimento hippie no Brasil” é uma iniciativa inédita que busca esclarecer a sociedade sobre a riqueza de valores deste universo cultural e colocar em discussão o atual processo de repressão que os artesãos vêm sofrendo.
A urgência e relevância em lançar luz sobre esta cultura é que sua sobrevivência e integridade estão seriamente ameaçadas pela invisibilidade social e por certo desconhecimento por parte dos gestores públicos sobre esta realidade.
Acreditamos que este documentário será o ponto de partida para o amplo reconhecimento do maluco de estrada como manifestação cultural específica. Este será um filme lançado pela internet com livre acesso para que se converta num produto da sociedade.
Esse movimento é sobretudo uma luta para que vivamos de fato numa sociedade democrática que conviva com as diferentes visões, interesses e saberes, potencializando ao máximo o bem-estar coletivo.
Faça parte desta iniciativa conosco! Contribua para realização do filme e compartilhe nossa páginamobilizefb.com/malucosdeestrada
Assista o nosso primeiro documentário, lançado em 2011 e visto por mais de 200 mil pessoas:
"A criminalização do artista - como se fabricam marginais em nosso país"
vimeo.com/belezadamargem/criminalizacaodoartista
Ficha Técnica:
Realização Coletivo Beleza da Margem
Direção: Rafael Lage
Produção: Cyro Almeida
Ass. de produção: Ariane Soares
Câmera: Barnabé, Douglas Resende, Gustavo Policarpo, Moacir Gaspar, Wesley Hudson
Edição de som: Nelson Pombo
Edição de imagem: Flávio Charchar
Trilha sonora:
Ricardo Mira - Além das Aparências
Ponto de Equilíbrio - Só quero o que é meu

A INCRÍVEL FABRIQUETA DE CAPAS DE CD

Olá, produzi esse video mostrando como é feito encarte de CD/DVD com papelão reutilizado, criatividade e atitude sustentável. E barato.


O exemplo do vídeo é do álbum 'Canções Velhas Para Embrulhar Peixes'. com músico Peri Pane e o o artista plástico Rafael Gentile.


Se gostou compartilhe a idéia!

Peri Pane (voz, violão e violoncelo)
arrudA (intervenções poéticas)
Marcelo Dworecki (violão de aço e cavaquinho)
Otávio Ortega (piano e acordeom)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Programa Petrobras Distribuidora de Cultura - seleção pública para circulação de peças teatrais no país

PROGRAMA PETROBRAS DISTRIBUIDORA DE CULTURA

Estão abertas as inscrições para a maior seleção pública para circulação de peças teatrais no país, o Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, edição 2013-2014. Assim como nas edições anteriores, o objetivo é contemplar projetos teatrais profissionais, não inéditos, nas categorias adulto e infanto-juvenil, relevantes dentro do cenário cultural brasileiro. O valor total da verba é de R$ 15 milhões para o biênio 2013-2014. Além do aumento de 20% na verba do programa, outra novidade deste ano é que, com objetivo de democratizar o acesso de proponentes de todas as regiões do país, serão selecionados, no mínimo, 5% dos projetos inscritos por diferentes pessoas jurídicas sediadas em cada região do país. Ou seja, a cada vinte projetos inscritos por diferentes empresas de determinada região, no mínimo 1 deverá ser contemplado. Todos os critérios estão detalhados no regulamento em anexo.

Mais informações no site da Petrobras.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Como os vídeos da internet potencializam a inovação global





Chris Anderson diz que o aumento de vídeos na internet está impulsionando um fenômeno global que ele chama de "Inovação Acelerada pela Multidão" -- um ciclo de aprendizado autoalimentado que pode vir a ser tão significante quanto a invenção da imprensa. Mas, para explorar todo seu potencial, as organizações deverão assumir uma radical abertura. E, para o TED, isto significa a aurora de um capítulo inteiramente novo...

After a long career in journalism and publishing, Chris Anderson became the curator of the TED Conference in 2002 and has developed it as a platform for identifying and disseminating ideas worth spreading


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Workshop de Percussão com Nyllo Canela



InCulto Digital com apoio do Ponto de Cultura Identidade e Região promove workshop de percussão com o musico Nyllo Canela: Percussionista, iniciou sua carreira em meados de 95 tocando samba, afoxê, samba-reggae e maracatu. Estudou com grandes nomes como: Orlando Costa, Peu Meurray e Arrepiado. Sua pesquisa em tambores e percussões do mundo foi fundamental para a formação de um set personalizado, onde estão presentes a tabla indiana, o derbake árabe, a tama, o batá, tambores e percussões exclusivas construídas por ele a partir de materiais reciclados, como canos de pvc, botijões de gás, baldes e pneus. Sua sensibilidade e musicalidade levaram a dividir  palco com grandes artistas, tais como: Seu Jorge, Paula Lima, Mônica Passos, Benito de Paula, Arlindo e Sombrinha, e Chico César, em variados palcos brasileiros. Neste ano foi para Europa e participou de festivais de musica na Bélgica, Alemanha e França. Está lançando o primeiro disco do grupo Saramandaia, onde desenvolveu toda a parte rítmica das canções.

Veja como participar
Para participar voce deve baixar a ficha de inscrição (arquivo .doc ou .odt), a taxa de adesão é apenas 10 reais, que pode ser pago no local. Duvidas, falar com o Danilo (13-78503083 id 961*17800) ou com André (13-97319969). Após isso, enviar ficha de inscrição preenchida para o email contato@incultodigital.com.br .

O local do evento é Rua Jacob Emmerich, 1324 - entre a Câmara de Vereadores e o Fórum Judiciário. Veja no mapa como chegar.

Após o workshop teremos a presença da Banda Saramandaia! Não perca!


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Um pouco sobre sombras



A sombra se origina de uma deficiência local e relativa da luz visível. A luz é o fluxo de unidades de massa-energia emitidas por uma fonte de radiação, pelo sol ou por uma vela. As unidades de massa-energia, ou fótons, são excedentes de energia, o produto excedente de partículas menores que se combinam para converter-se em partículas maiores, e alguns desses fótons são mais energéticos do que outros. A luz visível consiste apenas de fótons no meio dessa cadeia de energia, que é representada em termos do pulso de distúrbio elétrico, ou comprimento de onda. Esses fótons de energia moderada são visíveis naquelas células da retina do olho que evoluíram para reagir a eles, do mesmo que não reagem àqueles de energia muito baixa; os de energia muito alta não são admitidos no olho interior. Pág.17
O comportamento de qualquer fóton particular é notoriamente imprevisível... seu comportamento é complexo e estranho porque isso implica um intricado intercâmbio com elétrons locais, e não apenas o simples salto ou a trajetória de um projétil do mundo do senso comum... os fótons tendem a tomar o caminho mais econômico em relação ao tempo. Em meios consistentes, como o ar puro ou a água, esse caminho é muitas vezes uma linha absolutamente reta; as complicações surgem nos meios complexos, como a atmosfera, e na confrontação entre meios, como a transição curva do ar para a água.
Alguns pontos mais sutis do comportamento dos fótons tornam-se manifestos de fato quando nos aprofundamos na morfologia e comportamento da sombra... Primeiro, os fótons muitas vezes favorecem trajetórias em linha reta. E, em segundo lugar, existem muitas estruturas moleculares através das quais sua energia não é transmitida como luz visível.
A sombra, portanto, é em primeiro lugar uma deficiência local, relativa, na quantidade de luz que incide sobre uma superfície, e é objetiva. Pág.18
No caso do primeiro tipo de sombra, aquele que é causado por um sólido interveniente entre uma superfície e a fonte de luz (como um nariz que impede a luz de alcançar o lábio superior), será empregado o termo sombra projetada; e quando uma luz projetada é lançada. No caso de uma superfície diferençável, ela será descrita como lançada. No caso do segundo tipo de sombra, sobre superfícies que ficam fora do alcance da luz (como sob a parte embaixo do nariz), o melhor termo será auto-sombra, que é o termo usado nos estudos de visão por computador. Quanto a sombreado, a palavra é de uso demasiado freqüente para não a empregarmos, e se houver algum risco de ambigüidade, pode-se qualificá-lo de sombreado obliquo/inclinado, sendo obliquo quando o ângulo é formado com o eixo vertical, e inclinado quando o ângulo é formado com o eixo horizontal. Pág.21
As fontes de luz variam em extensão, desde fontes que podem ser consideradas pontuais, passando por vários níveis de fonte estendida, até uma fonte nocionalmente não-direcional – admitindo-se infinitas reflexões de luz a partir das superfícies ambientes – chamada luz ambiente. As fontes pontuais produzem a sombra de borda mais marcada; a luz ambiente perfeita não produziria nenhuma.

Do livro Sombras e Luzes – Michael Baxandall – EdUsp – Coleção Texto e Arte 15 Introdução: Buracos Num Fluxo

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Capital social não é soma das potencias individuais e sim a potencia da cooperação social


        Capital social nada mais é do que, em suma, cooperação ampliada socialmente. Só pode haver produção de capital social se os seres humanos fizerem coisas que contradizem seus interesses imediatos, por exemplo, cooperar sem esperar recompensa imediata, proporcional ou prevista em prazo conveniente. Infelizmente o que vemos sem muito pudor é a visão de que o homem é naturalmente competitivo, transformando a cooperação apenas em uma ferramenta de busca racional para obter maiores ganhos futuros, mas como explicar que existe tanta cooperação espontânea no mundo?
       Supor que a competição seja uma característica inerente à natureza humana – porque o homem é um animal e os animais competem por recursos e, no caso dos primatas, também por poder (afirmativas muito questionáveis) é um axioma de uma ideologia moral. Sendo assim, competir não está no DNA e sim na cultura (na ignorância, na fé ou no cinismo). Então cooperar ou competir é uma questão de preferencia na escolha, e com certeza a primeira é a melhor escolha, por ser mais conforme a um comportamento universalmente observado de haver tanta cooperação espontânea no mundo real, o que não poderia haver com a mesma frequência observada, caso o ser humano fosse inerentemente competitivo.
      Os subdiscursos axiologico-normativos dos economistas, que mais parecem teorias morais e com frequência imorais, pregam a teoria econômica dos jogos, e nos coloca como um ser puramente racional e não como um ser emocional racional, o que justifica os limites das explicações que alguns economistas fornecem para a solução dos chamados dilemas da ação coletiva. Os seres humanos majoritariamente, na maioria das culturas, não escolhem com frequência a opção que seria racionalmente a mais vantajosa para si como indivíduos, por quanto trapacear não é uma opção emocionalmente confortável. Porém existe aqueles humanos que se satisfazem na disputa, na economia dos jogos, na luta pelo poder e nos resultados imediatos individuais.
       Há uma grande dificuldade de explicar por que tantas pessoas votam, fazem doações a entidades caritativas ou permanecem leais a seus empregadores e grupos políticos, haja visto que a maioria dos modelos de comportamento egoísta sugerem que é irracional e difícil obter soluções cooperativas. Deve-se perguntar: Por que há tantos discursos pregando a competição já que todos sabem que os seres humanos são sociáveis e são recompensados emocionalmente pelo reconhecimento social que advém do exercício da colaboração? De fato, o pressuposto básico da competição tem de estar presente para o esquema explicativo funcionar, legitimando (e contribuindo para reproduzir) um mundo de competição em que a explicação, então, funcione.
       A capacidade de produzir capital social é construída, fundamentalmente, pela capacidade que tem o ser humano de colaborar ou de cooperar com outros seres humanos. O último termo é melhor por ser mais abrangente: “co-laborar” evoca a noção de trabalhar em conjunto, enquanto que “co-operar” se refere a quaisquer (oper)ações conjuntas.
       O que nos faz humano é a linguagem que não é, fundamentalmente, o tamanho do cérebro o que torna possível, é o modo de conviver que surge da cooperação. E cooperação não se dá nas relações de dominação e submissão: A OBEDIÊNCIA NÃO É UM ATO DE COOPERAÇÃO.

observação: A maior parte do que está escrito foi retirado do texto "Uma Teoria da Cooperação Baseada em Maturana" do site Escola de Redes . https://www.facebook.com/escoladeredes 
Eu organizei e inclui algumas coisas. Não é plagio, mas sim re-produção resumida e direcionada.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

OUTRAS POLÍTICAS PARA OUTRAS ECONOMIAS - Tese de Doutorado


"[...]
     Em suma, de que forma se configuravam empiricamente a participação e a transversalidade propostas como elementos constituintes de políticas para “outra economia”.
[...]
      O objetivo principal deste trabalho foi examinar, ao longo do período 2003-2010, dinâmicas institucionais e padrões de interação que se estabelecem, no interior do aparelho estatal assim como no plano das relações Estado-sociedade, em torno da estruturação de ações de apoio a organizações econômicas de base associativa e autogestionária. As perguntas que nortearam a pesquisa giram em torno das formas e conteúdos que estas políticas assumem, a partir da identificação e análise dos contextos sócio-históricos e das dinâmicas das redes de relações em que se dá sua construção. Tendo em vista esses contextos e redes, como as demandas da economia solidária se traduziram no desenho de políticas federais e, sobretudo, no que de fato se estabeleceu como prioridade e chegou a se concretizar? Quais os principais atores envolvidos na produção dessas políticas, em torno de quais questões se estabeleceu a aliança, o acordo, o consenso, o conflito, o impasse? Quais os fatores que favoreceram ou limitaram a consolidação de concepções, processos e arranjos de políticas públicas que se propõem a questionar modelos hegemônicos de fazer economia e de fazer política?
[...]
       As práticas de economia solidária precedem o uso do termo tal como vem sendo utilizado. Não são fenômeno recente na história das sociedades humanas, mas, nas últimas décadas, têm despertado renovado interesse em alguns países – seja pela recriação de formas tradicionais, seja pela emergência de formas inovadoras de solidariedade no plano econômico – no campo das práticas assim como nos debates políticos e teóricos. Na verdade, ela é considerada simultaneamente antiga e recente, duas ideias acionadas de modo positivo nos discursos sobre suas origens, sem que isso apareça como contraditório a seus atores (MOTTA, 2010: 131).
[...]
       Não há dúvida de que a economia solidária guarda grandes convergências com a tradição cooperativista. No Brasil, a maioria das organizações do mundo da economia solidária faz constante alusão aos princípios originalmente estabelecidos pelo movimento cooperativista, ainda que só 10% de empreendimentos mapeados no SIES adotem a forma jurídica de cooperativa, conforme dado já mencionado. O baixo número de cooperativas mapeadas indica o distanciamento da economia solidária em relação ao chamado cooperativismo “tradicional”, geralmente ligado à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que engloba principalmente grandes cooperativas agrícolas e de crédito, além de consumo, transporte, prestação de serviços (principalmente saúde) e outros17.
[...]
            Ao mesmo tempo, para vários dos estudiosos da economia solidária no Brasil, as referências ao pensamento socialista autogestionário não têm tido o espaço que se poderia esperar. Frequentemente alude-se aos chamados “utópicos” ou à posterior história do cooperativismo desde Rochdale, gradualmente desvinculada das correntes teóricas do socialismo libertário. Daí a perplexidade de um dos estudiosos da economia solidária que se reconhece na tradição marxista, o economista e professor da Unesp Henrique Novaes (2011), diante da virtual ausência de debates na economia solidária sobre estas correntes marxistas (ou que eventualmente romperiam com o marxismo). Para mim, ecoando Novaes, também parece incompreensível que um pensador como Tragtenberg permaneça praticamente ausente nos debates da economia solidária, seja na produção acadêmica, seja nos materiais de formação política – a não ser por exceções como Cláudio Nascimento (1999) e Maurício Faria (2005), estudiosos da autogestão que têm em comum nas suas trajetórias terem se sucedido no cargo de coordenador da área de formação da Senaes, além da professora de educação da UFF Lia Tiriba(2001), do economista e professor da UFPel Antônio Cruz (2007), ou do próprio Novaes.
[...]
         De modo bastante simplificado, arriscaria resumir que os debates em torno dos sentidos da autogestão giram hoje em torno da seguinte questão: se eles só se verificariam em contextos de fluxo revolucionário que se abram à possibilidade de ir “além do capital”, ou se, ao invés, já estariam presentes em experiências de forte conteúdo anti-capitalista, isoladas e limitadas, mas concretas, construindo caminhos, no aqui e agora, para avançar em dilemas da autogestão tão presentes nas experiências do passado e frequentemente não enfrentados na reflexão teórica, tais como: formas de planejamento e organização, tecnologias herdadas e tecnologias alternativas, tempo de envolvimento nos processos decisórios etc. São visões distintas dentro do próprio pensamento autogestionário, que de certo modo colocam-se em extremos opostos.
[...]
         A nova questão social de que tratam autores como Castel (1998) ou Rosanvallon (1998),
entre outros, não é senão o objeto sociológico por excelência: a inquietação quanto à capacidade de uma sociedade manter sua coesão a partir da ameaça de ruptura de vínculos sociais por alguns grupos, ou em termos durkheimianos, a “anomia social”. As metamorfoses da questão social (CASTEL, 1998) estariam profundamente vinculadas à perda de centralidade do emprego (formal), cada vez maior diante do fato de que a sociedade salarial está deixando de incluir trabalhadores, fazendo que o debate passe a girar em torno da vulnerabilidade resultante dessa exclusão – que, mais do que só marginalidade econômica, significa desenraizamento social."

Trechos da tese de doutorado OUTRAS POLÍTICAS PARA OUTRAS ECONOMIAS CONTEXTOS E REDES NA CONSTRUÇÃO DE AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL VOLTADAS À ECONOMIA SOLIDÁRIA(2003-2010) Autora: Gabriela Cavalcanti Cunha

A economia verde contra economia solidária


______ O documento zero da ONU para a Rio +20 é ainda refém do velho paradigma de dominação da natureza, para dela extrair os maiores benefícios possíveis para as empresas e para o mercado. Através dele e nele o ser humano busca o seu sustento e subsistência. A economia verde radicalizou essa tendência, porque, como escreveu o diplomata boliviano Pablo Solon e ambientalista, "ela busca não apenas comercializar a madeira da floresta, mas também sua capacidade de absorver dióxido de carbono". Tudo isso pode ser transformado em mercado de títulos negociáveis ​​nos bancos. Desta forma, o texto é revelado como antropocêntrico, como se tudo fosse para o uso exclusivo dos seres humanos e a Terra criada apenas para eles e não para os outros seres vivos que exigem também a sustentabilidade das condições ecológicas para a sua estadia neste planeta.

______ Em suma: "o futuro que queremos", o tema central do documento da ONU, não é simplesmente a extensão deste. Ele nega risco e apresenta um futuro de esperança. Em um contexto como este, não avançar é recuar e fechar as portas para o novo.

______ Há também um problema: todo o texto gira em torno da economia. O que pintar verde ou marrom, ele sempre mantém a sua lógica interna é formulado nesta questão: o quanto eu posso ganhar no menor tempo, com um investimento mínimo possível, mantendo uma vantagem competitiva forte? Não seja ingênuo: o negócio da economia atual é o negócio. O texto não propõe uma nova relação com a natureza e sentir-se parte dela e responsável por sua vitalidade e integridade. Pelo contrário, faz uma guerra total e denunciando o filósofo em ecologia Michel Serres. Nesta guerra não temos nenhuma chance de vencer. A natureza ignorou as nossas tentativas, continua mesmo sem nós. A inteligência é tarefa de decifrar o que significa para nós (para eventos extremos, tsunamis, etc), defender-nos contra os efeitos nocivos e colocar suas energias em nosso favor. Ela nos dá informações, mas não dita comportamento. Eles devem inventar a nós mesmos. Só seria bom se eles estão em conformidade com os seus ritmos e ciclos.

______ Como alternativa a esta economia devastadora, se temos um futuro, é preciso opor a um novo paradigma da economia de preservação, conservação e manutenção da vida. Precisamos produzir sim, mas a partir dos bens e serviços que a natureza fornece gratuitamente, respeitando o alcance e os limites de cada bioma, de forma equitativa distribuição dos benefícios alcançados, considerando os direitos das gerações futuras e de vida outra vida da comunidade. Ela agora toma corpo através da economia biocentrada, solidariedade, agroecologia e da família biológica. Em cada comunidade que busca garantir seu alimento: produzir o que você consome, reunindo a produção e consumo de alimentos em uma verdadeira democracia.

______ A Rio 92 estabeleceu a antropocêntrica e reducionista conceito de desenvolvimento sustentável, desenvolvido pelo relatório Brundtland de 1987 da ONU. Tornou-se um dogma professado por documentos oficiais, por estados e empresas sem nunca ter sido sujeito a sérias críticas. Sustentabilidade seqüestrado apenas para o seu campo e, portanto, distorceu a relação com a natureza. O desastre que causou isso eram vistos como externalidades e não são considerados. Mas acontece que eles viraram ameaçador, capaz de destruir a base subjacente físico da vida humana e grande parte da biosfera. Este não foi superado pela economia verde. Esta é uma armadilha nos países ricos, especialmente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que produziu o texto teórico UNEP Iniciativa Economia Verde. Este inteligentemente descartou a discussão sobre sustentabilidade, justiça social e aquecimento, psicológico global, não o modelo econômico e a mudança de visão, uma visão diferente sobre o planeta que pode projetar um futuro real para a humanidade e para o terra.

______ Junto com a Rio +20 seria bom também resgatar a Estocolmo 40. Nesta primeira conferência mundial sobre a ONU, de 5 a 15 de julho de 1972 em Estocolmo (Suécia) sobre o Ambiente Humano, o foco não era o desenvolvimento, mas o cuidado ea responsabilidade coletiva por tudo o que nos rodeia e está em degradação acelerada, afetando a todos e especialmente aos países pobres. Foi um humanista e generoso, que perdeu a pasta fechada do desenvolvimento sustentável e, agora, com a economia verde.

Texto original em espanhol de Leonardo Boff.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

DICAS PARA EDIÇÃO DE VÍDEO @iculto_digital


       Apesar de haver poucos cortes nas imagens percebidas com o olhar a nossa mente é editada, segmentada, direcionada, emocionante, e metalingüística. Assim como a edição de um filme. A linguagem da edição é a extensão da mente humana.
           “... do momento em que acordamos de manhã até fecharmos os olhos à noite a realidade visual que percebemos é um fluxo continuo de imagens interligadas... Então, de repente, no começo do século XX, os seres humanos foram confrontados com algo diferente: o filme editado.”
         “... quando o deslocamento visual é suficientemente grande (como no momento do corte), somos forçados a reavaliar a nova imagem como um contexto diferente. Milagrosamente, na maioria das vezes, não temos dificuldade em fazê-lo.
           O que nos parece difícil de aceitar são os deslocamentos que não são nem sutis nem gritantes: por exemplo, o corte de um plano de corpo inteiro para outro um pouco menor em que os atores estão enquadrados do tornozelo para cima. Neste caso, o novo plano é diferente o bastante para assinalar que
mudou, mas não o suficiente para nos fazer reavaliar o seu contexto. O deslocamento da imagem não é continuo, mas também não é uma mudança de contexto. A colisão dessas duas idéias produz uma confusão mental – um pulo – que, comparativamente, torna-se um incômodo.” Pág. 18
              “... a descontinuidade também nos permite escolher o melhor ângulo da câmera para cada emoção e para cada momento da historia, e esses planos, quando editados, provocarão um impacto crescente.” Pág. 20
“... cortar é mais que um método conveniente de tornar continua a descontinuidade. É, em si,... uma influencia positiva na criação de um filme.” Pág. 21