quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cultura e Comunicação: fundamentos do planejamento urbano

Cultura e Comunicação: fundamentos do planejamento urbano


     Trabalhar o enfoque da política pública em solução de problemas tem um caráter imediatista (e descontínuo), já a política pública do planejamento entende-se que haja: 1) A Previsão, que corresponde a percepção provável do que possa ocorrer; 2) A Projeção, que tende a se basear em situações do passado para prognosticar o futuro; 3) A Predição, que diz respeito a um futuro diferente para determinada situação, mesmo não havendo elementos de controle para isso.
     Planejamento, como um ato de inteligência, um modo de pensar sobre determinada situação ou realidade, enfim, como um processo racional-lógico, que pressupõe estudos, questionamentos, diagnósticos, tomadas de decisões, estabelecimento de objetivos, estratégias, alocação de recursos, curso de ações etc.
     Para uma política eficiente que liga-se a resultados através de ações corretas, com uso do conhecimento e da criatividade, relacionada com a permanência no ambiente, com sua perenidade no dinamismo, na inovação, uma continua transformação. Tendo em vista a futuridade das decisões presentes, a fim de interferir na realidade para modificá-la.
     O planejamento é, além dos dados matemáticos, estatísticos e otimização dos processos, uma visão de que é possível mudar seu modelo de gestão para se adaptar às rápidas transformações econômicas, tecnológicas, culturais e sociais – enfim, com a nova ordem geopolítica. Organização em torno de um processo, e não de uma tarefa, promovendo gestões em equipe, mensurando os resultados pela satisfação do cidadão, desde que, ele esteja informado/formado em diversos níveis.
     Em um ambiente urbano governam-se coisas, que são os homens, mas em suas relações com as coisas que são riquezas, recursos, os meios de subsistência, o território em suas fronteiras, com suas qualidades, clima, seca, fertilidade, e também, os cidadãos em suas relações com outras coisas que são os costumes, os hábitos, as formas de agir ou de pensar, em suas relações com outras coisas ainda que podem ser os acidentes ou as desgraças como a fome, a epidemia, a morte e outros.
     O grande desafio esta na integração do jogo de vontades politicas dos diferentes grupos envolvidos em uma cidade, a correlação de forças, a articulação desses grupos, as alianças ou as incompatibilidades existentes entre os diversos segmentos.
     Os principais componentes das relações apontam para a participação popular, e não um mero enxugamento de estruturas. É preciso re-inventar estruturas novas estrategicamente executadas e adaptadas aos novos desafios do mundo contemporâneo e que se preparam melhor para administrar as incertezas e os riscos das constantes transformações locais e globais.
     O que é importante não é tanto a estatização da sociedade, mas a governamentalização do Estado. As técnicas de governo se tornaram a questão política fundamental e o espaço real da luta política, a governamentalização do Estado foi o fenômeno que permitiu ao Estado sobreviver. Efetua-se como uma rede dinâmica e planejada de unidades autoprogramadas e autodirigidas baseadas na descentralização das decisões, participação popular e coordenação.
     Do latim original communicare que significa “ pertencente a todos ou a muitos. Comungar, tornar comum, estar em relação e ação de”. A comunicação se realiza plenamente na perspectiva interativa e dialógica, quando se oferece aos interlocutores a possibilidade de participar ativamente dos processos que os afetam.
     Para que um planejamento possua eficiência, eficácia e perenidade é necessária a massiva integração e participação das pessoas, e para isso, deve-se implantar uma cultura de valorização da qualidade dos procedimentos de comunicação, como forma de qualificar as relações entre todos os participantes do processo. Um cidadão que não acredita ter direito a se expressar, que não valoriza o que tem a dizer e que se sente incapaz de comunicar algo adequadamente aos outros, dificilmente terá condições de integrar a rede social da esfera pública urbana.
     Ao longo da história, as mudanças sociais e econômicas sempre estiveram associadas as transformações tecnológicas que a ciência proporcionou aos instrumentos e ferramentas de produção para manipulação da matéria (natural e sintética). Pela primeira vez, as transformações sociais e econômicas não são mais associadas a isso.
     Hoje o que gera valor, desenvolvimento e renda é o uso eficiente da tecnologia da inteligência: a tecnologia de informação e comunicação. Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento da USP, resume bem a ideia de economia do conhecimento: “a economia do conhecimento existe quando criar valor depende da inteligência coletiva por redes sociais”.
     O conceito de capital tecnológico/informacional fala sobre os elementos de condição, essenciais à inclusão digital. Primeiro é a possibilidade de ter a tecnologia; segundo é a formação cultural/educacional/social, que ajudará formar uma base de saber tácito; e terceiro, o conhecimento técnico para bem utilizar todas as ferramentas disponíveis e até mesmo desenvolver novas ferramentas e possibilidades. As tecnologias de comunicação dependem efetivamente da capacidade humana de manipular as ferramentas e da capacidade comunicacional em um ambiente multimidiático e interativo. Por isso, a tecnologia não veio para simplificar a vida mas para complicar.
     A possibilidade de se comunicar com outra pessoa conectada a rede, a capacidade de armazenamento de dados quase que ilimitada e incomensurável e o desenvolvimento exponente do potencial computacional – capacidade do computador fazer operações matemáticas e simbólicas, amplificando as possibilidades comunicacionais –, com esses três aspectos possibilita-nos ter uma plataforma onde “automaticamente se desenvolve um ambiente forte de comunicação que permite desenvolver a inteligência coletiva. A exploração ou o uso dessa capacidade depende de cada um e não das ferramentas”, Pierre Lévy.
     Quando o desenvolvimento de redes e desenvolvimento das TIC´s ficar apenas na visão técnica será falha, porque existe o C de Conhecimento, de Comunicação e de Cultura, que é a evolução da própria linguagem indo além da conexão – fiabilidade física – construindo assim uma Emancipação Digital.
     Nos últimos anos o Brasil aumentou vertiginosamente as vendas de computadores e a performance escolar no país continua caindo. Alguma sinapse não está ocorrendo. Enquanto não ocorrer essa conexão, pode comprar máquina à vontade, pode colocar banda larga que as pessoas vão continuar votando no “Big Brother”(Schwartz).
     Pois a pessoa que limita-se ao Orkut, de repente vai descobrir que está dando todos os dados do seu comportamento para o marketing de uma empresa que está lá em Nova York. Se uma pessoa paga para estar conectado em uma rede e os seus dados são utilizados por departamentos de marketing ela é incluída, mas não emancipada digitalmente. Em quase todas as redes sociais você não tem acesso aos dados. Quando os usuários tiverem essa possibilidade, aí ultrapassarão a inclusão e passarão a buscar uma emancipação. Pra quem eu dou os meus dados? Isso é seguro? Com quem me relaciono e de que forma? O que faço nessa rede, o que essa rede faz por mim?
     Frente a esta face deve existir uma política de inclusão informacional, através da comunicação, da linguagem, da cultura e do diálogo, para diminuir o descompasso cognitivo. Construindo assim, uma politica pública para democratização do saber, levando a cultura em consideração para nos ajudar a entender de onde a cidade vem, por que ela está assim e como criar seu futuro, por meio de seu potencial humano.
     O cenário parece propício para que o meio urbano, a cada dia mais, defina o seu planejamento e desenvolvimento através da cultura, das ferramentas de comunicação e da participação popular, opondo-se a visão ortodoxa onde as ações culturais são belas artes ou acessórios marginais a serem considerados.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Trailer Documentário Identidade e Região J - São Vicente



Fiz a direção de fotografia e edição de imagens e som. icultodigital.blogspot.com

Roteiro e Direção: Mauricio Oliveira

A música é Africa Nordestina do Grupo Jaraguá Mulungú/Álbum Raízes Brasileiras.

Esses trechos de entrevistas fazem parte do material desenvolvido no Ponto de Cultura Identidade e Região: Laboratório Caiçara de Produção Audiovisual, que fica no CAMPSV - Centro de Aprendizagem Metódica e Profissional de São Vicente. identidaderegiao.com.br/
campsv.org

Devemos cortar com faca as raízes que nos prendem ao pensamento cartesiano, devemos entender a história, não como uma lógica de continuidade entre os fatos verídicos, mas simplesmente, como um recorte da memoria de alguém, num tempo e em relação à algum lugar.
São Vicente é a nossa história!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Entrevista com Jonas Rodrigues, mateiro e morador do Parque Ecológico Estadual Xixová-Japuí

     Assista o vídeo com trechos da entrevista com Jonas Rodrigues, mateiro e morador do Parque Ecológico Estadual Xixová-Japuí, na cidade de São Vicente/SP. 



    Esses trechos de entrevistas fazem parte do material desenvolvido no Ponto de Cultura Identidade e Região: Laboratório Caiçara de Produção Audiovisual, que fica no CAMPSV - Centro de Aprendizagem Metódica e Profissional de São Vicente, realizado em parceiria com Mundo Cultural Produções.



    Devemos cortar com faca as raízes que nos prendem ao pensamento cartesiano, devemos entender a história, não como uma lógica de continuidade entre os fatos verídicos, mas simplesmente, como um recorte da memoria de alguém, num tempo e em relação à algum lugar.
     São Vicente é a nossa história!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Tecnologia da comunicação e a Economia do Conhecimento: valorações simbólicas em processos logarítmicos

A Tecnologia da Comunicação e a Economia do Conhecimento: valorações simbólicas em processos logarítmicos


      Escrevi um artigo com o titulo acima. Arquivo completo em pdf aqui:
http://pontoporponto.org.br/metaorganico/economiacriativa.pdf

       O trecho inicial do texto:
      Ao longo da história, as mudanças sociais e econômicas sempre estiveram associadas as transformações tecnológicas que a ciência proporcionou aos instrumentos e ferramentas de produção, para manipulação da matéria (natural e sintética). Pela primeira vez, as transformações sociais e econômicas não são mais associadas a isso. Hoje o que gera valor, desenvolvimento e renda é o uso eficiente da tecnologia da inteligencia: a tecnologia de informação e comunicação. Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento da USP, resume bem a ideia de economia do conhecimento: “a economia do conhecimento existe quando criar valor depende da inteligência coletiva por redes sociais”.
    O Brasil se encontra muito atrasado quando se fala sobre infraestrutura tecnológica e formação profissionalizante. A emancipação digital depende de uma formação que oportunize às pessoas a capacidade de gerar renda, identidade e conhecimento, e não apenas o consumo de máquinas e serviços de massa. É preciso ir além do discurso entusiasta da inclusão digital bovina, é preciso crescer com politicas públicas voltadas ao empreendedorismo, redes colaborativas e produção de conteúdo criativo e informacional. (Leia mais...)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Documentário: um tratamento criativo da realidade - 2

Segunda parte do texto Documentário: um tratamento criativo da realidade 


Pelos labirintos de um personagem real

O documentário se interessará por pessoas que tenham algo a revelar de subjetivo. Assim, na frente da câmera, mesmo no filme documentário, registramos personagens. A própria presença da câmera e da equipe de filmagem do documentário faz com que a pessoa se torne personagem.
Em filmes em que se escondeu a filmagem, os personagens não representaram para a câmera, mas foram igualmente criados, pois foram enquadrados através do olho da câmera.
As pessoas, no seu dia a dia, sempre estão representando um ou outro personagem inventado, para si próprias. Porém o personagem natural(real) interpreta de modo diferente do que um ator na frente da câmera.
O ator é técnico, há uma técnica a serviço da estética.
O personagem natural é intuitivo, e o próprio na maioria das vezes nem percebe que está interpretando.
Um personagem bem trabalhado no documentário mostra-se repleto de contradições, silêncios, expressões faciais, o olhar, sentimentos, variações vocais, sub textos etc.
        "O perturbador é justamente encontrar no latifúndio, no ditador, no monstro, aquilo que o aproxima de nós. A complexidade, para mim, está nisso, diz Coutinho, e não na outra frase ‘de perto ninguém é normal’. ‘De perto todo mundo é normal’ é tentar encontrar as semelhanças por baixo das diferenças’". (Lins, 2004, p. 23).
Como uma das coisas mais importantes que o documentarista tem a fazer é abster-se de aderir ou julgar seus representados, será tudo uma questão de escolhas narrativas.
Os personagens do documentário são pessoas reais, com existências reais, uma vida fora do cinema. Acabam tornando-se personagens através de todo um processo de pesquisa, roteirização, gravação, com sua participação reduzida na edição em alguns minutos e até segundos.
Continuam a viver depois do filme, e a imagem que se produz delas pode afetá-las, para o bem ou para o mal.
Estabelecer uma relação de confiança com a pessoa entrevistada baseada em um comportamento ético e no compromisso de construir um filme, uma narrativa, que não distorça as falas ditas.

Há liberdade, na edição para documentário

       Tanto na edição de sequências dramáticas quanto nas sequências de documentário, ambas devem ser desenvolvidas por certas regras cinematográficas de montagem para se comunicar com o público. Além dessa semelhança, as diferenças são muito importantes.
         A diferença fundamental entre a edição de ficção e de documentário é, que na ficção trata-se do desenvolvimento de uma trama e no documentário trata-se da exposição e/ou discussão de um tema, e, dessa diferença nascem os métodos variados de produção.
       A produção de um filme dramático é muito mais controlada e definida do que no documentário. A historia é dividida em cenas, sequências e planos com quase tudo definido: luzes, enquadramentos, movimentos, diálogos, cenários etc. Na edição, já pré-formatada, colocam-se os planos juntos, determinando a ordem e o ritmo para que a trama seja mais bem contada.
       A tendência é de o realizador de documentários buscar desenvolver filmes sobre pessoas reais, em situações reais, fazendo o que elas realmente fazem. E através da exposição do real desenvolver temas, discussões, observações, sensações e saberes.
O filme documentário só é formatado na edição. Sendo assim, o editor tem uma função crucial e criativa. A edição será feita conforme os objetivos do documentário e a qualidade do material captado, dando mais liberdade do que no filme dramático.



Texto completo para download: http://pontoporponto.org.br/metaorganico/tratamento-criativo-do-real.pdf

Documentário: um tratamento criativo da realidade - 1

Documentário: um tratamento criativo da realidade

A câmera enquadra o que vemos e omite o que não veremos. Narrar é administrar informações, que selecionamos através da lente da câmera.
Construindo planos(quadros) que dão sentido ao mundo real, talvez o tornando mais evidente e compreensível.
Num filme organizamos as coisas de modo que o espectador faça a leitura pretendida. Embora cada um entenda o filme a seu jeito, ao descobrirmos nosso Tema – a nossa história, buscamos a melhor maneira de contá-lo. Todo documentário deverá tratar de um tema.
Tema é o dilema humano escolhido para ser explorado de diversos ângulos, de maneira estruturada, complexa, realista e plausível.
Estruturada – organizada em uma linha narrativa.
Complexa – trata-se de uma linguagem composta por imagem, som, ritmo, tempo e emoção, uma representação da vida.
O material de trabalho é sempre a experiência humana, mediada pelo enquadramento da câmera. Surgindo ai os dois elementos básicos de uma narrativa: o plano e o corte.
       Plano: aquilo que enquadramos pela lente da câmera e gravamos em um determinado tempo.
Corte: separação entre os planos diferentes dentro da cena, através do qual podemos mudar de enquadramento, de lugar, de tempo, e de cena. O documentário também é dramatização.
O valor dramático e narrativo pode e deve estar no documentário, e esse valor está na origem do gênero documental, buscando uma narrativa que vá além do mero registro de imagens e sons reais.
        “Documentário é o tratamento criativo da realidade”, John Grierson.
      Para Grierson os documentários devem passar do plano da descrição do material natural para arranjos, rearranjos e remodelação criativa do mundo natural.
O filme documentário trabalha com sons e imagens extraídos do mundo real. Mas isso o torna um documento da verdade? Ou melhor, podemos dizer com certeza que o filme documentário é expressão do real?
No documentário a verdade é uma construção através das imagens e sons vinculados a realidade através da verossimilhança, cuja validade é dada pelas mensagens estabelecidas no filme.
Buscamos na realidade, descobrir o drama humano ali presente, para o qual será necessária uma narrativa estruturada.
É esse o trabalho do documentarista: fazer filme é contar uma historia com imagens e sons.

Após escolher o tema, vem o foco

Sobre o que é nosso filme?
Eis a primeira pergunta que se deve fazer ao pensar em cada cena, em cada enquadramento, em cada corte na edição.
Há diferentes posturas a serem tomadas: buscar a imparcialidade do discurso do filme, ou assumir uma postura da “voz da verdade”? Revelar o mecanismo, dramatizar, ou apenas retratar pessoas naturais?
São algumas questões centrais ao trabalho do documentarista.
As soluções aparecem em possibilidades bem criativas, pois, assim como na vida, tudo é possível em cinema.
O documentário deve ser feito por uma equipe que está escolhendo “O QUE” e “COMO” filmar.
Isso não é realidade, é cinema!



Texto completo para download: http://pontoporponto.org.br/metaorganico/tratamento-criativo-do-real.pdf

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PRINCÍPIOS PARA A GOVERNANÇA E USO DA INTERNET NO BRASIL CGI.br

O Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br, definiu em 2009 a Resolução CGI.br/RES/2009/003/P os princípios para a Governança e uso da internet no Brasil, são eles:


1. Liberdade, privacidade e direitos humanos 
O uso da Internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática. 

2. Governança democrática e colaborativa 
A governança da Internet deve ser exercida de forma transparente, multilateral e democrática, com a participação dos vários setores da sociedade, preservando e estimulando o seu caráter de criação coletiva. 

3. Universalidade 
O acesso à Internet deve ser universal para que ela seja um meio para o desenvolvimento social e humano, contribuindo para a construção de uma sociedade inclusiva e não discriminatória em benefício de todos. 

4.  Diversidade 
A diversidade cultural deve ser respeitada e preservada e sua expressão deve ser estimulada, sem a imposição de crenças, costumes ou valores. 

5.  Inovação 
A governança da Internet deve promover a contínua evolução e ampla difusão de novas tecnologias e modelos de uso e acesso. 

6.  Neutralidade da rede
Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento. 

7. Inimputabilidade da rede 
O combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte, sempre preservando os princípios maiores de defesa da liberdade, da privacidade e do respeito aos direitos humanos. 

8. Funcionalidade, segurança e estabilidade 
A estabilidade, a segurança e a funcionalidade globais da rede devem ser preservadas de forma ativa através de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e estímulo ao uso das boas práticas. 

9. Padronização e interoperabilidade
A Internet deve basear-se em padrões abertos que permitam a interoperabilidade e a participação de todos em seu desenvolvimento. 

10. Ambiente legal e regulatório 
O ambiente legal e regulatório deve preservar a dinâmica da Internet como espaço de colaboração. 



fonte: http://www.cgi.br/

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Videos com trechos das entrevistas feitas no Ponto de Cultura Identidade e Região: Laboratório Caiçara de Audiovisual


         Esses trechos de entrevistas fazem parte do material desenvolvido no Ponto de Cultura Identidade e Região: Laboratório Caiçara de Produção Audiovisual, que fica no CAMPSV - Centro de Aprendizagem Metódica e Profissional de São Vicente, realizado em parceiria com Mundo Cultural Produções.

      Devemos cortar com faca as raízes que nos prendem ao pensamento cartesiano, devemos entender a história, não como uma lógica de continuidade entre os fatos verídicos, mas simplesmente, como um recorte da memoria de alguém, num tempo e em relação à algum lugar.

@iculto_digital

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Microfisa do Poder parte 2

No link o arquivo com trechos do livro de Foucault
Separação de trechos do Livro: Microfísica do Poder – 2ª parte


Capitulo III Sobre a Justiça Popular e
Capitulo XVII A Governamentalidade


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Microfísica do Poder parte 1

Bom, pessoal no link o arquivo com trechos do livro de Michel Foucault


Introdução: Por uma Genealogia do Poder
Capitulo I: Verdade e Poder e Capitulo II: Nietzsche, A Genealogia e a História

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

S. Imersão - Técnicas de Edição para Cinema e Video parte 3

continuando...

Dziga Vertov: O experimento do realismo

          "Se Eisentein significa, para a teoria da montagem, a reformulação da realidade a fim de levar a população a apoiar a revolução, Dziga Vertov defendia, com veemência, que apenas a verdade documentada poderia ser honesta o bastante para levar à verdadeira revolução." pag. 26
          "... Nada era radical o suficiente para Vertov, cuja devoção para com a verdade está exemplificada em seu filme Um homem com uma câmera, e Vertov repetidamente lembra a artificialidade e o não realismo do cinema..."
          "

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

S. Imersão - Técnicas de Edição para Cinema e Video parte 2


Perspectivas Internacionais
          "Griffith é considerado o primeiro grande cineasta internacional, e a queda da produção europeia durante a Primeira Guerra Mundial permitiu que a produção norte-americana assumisse uma posição que, de outra maneira, não alcançaria ... Sergei Eisentein escreveu sobre Griffith. V. I. Pudovkin estudou Griffith e tentou aperfeiçoar a teoria e a prática de comunicar ideias por meio do filme narrativo, e Dzig Vertov rejeitou o tipo de cinema que Griffith exemplificava.
           ... O posicionamento da câmera, aproximando-a da ação, defendido por Griffith, junta-se às ideias de distorção e subjetividade em Variedade (1925), de E. A. Dupont. Na França, Carl Dreyer trabalhou exclusivamente com a ideia de close up de Griffith em A paixão de Joana D´Arc (1928), ao produzir um dos mais fortes filmes jamais feitos." pag14

Vsevolod I. Pudovkin: A Montagem Construtiva e o Crescimento do Realismo
          "Talvez nenhum cineasta soviético tenha sido tão crítico em relação a Griffith com foi V. I. Pudovkin.
          ... Pudovkin foi além, como afirmou em seu livro:
                    O diretor do filme [comparado ao diretor teatral] tem, por outro lado, o material já terminado, impresso em película. O material, que comporá seu produto final, não apresenta homens vivos ou paisagens reais, mas apenas suas imagens, filmadas em tiras separadas que podem ser encurtadas, alteradas e reunidas de acordo com sua vontade. Os elementos da realidade estão fixados nesses pedaços; combinando-os na sequencia selecionada, encurtando-os ou aumentando-os, de acordo com o seu desejo, o diretor cria seu próprio tempo e espaço "fílmico". Ele não adapta a realidade, mas a utiliza para criar uma nova realidade; e o mais importante e característico aspecto do processo é que nele as leis do e spaço e do tempo invariável e inescapável da realidade se transformam em algo manipulável e obediente. O filme cria uma nova realidade própria a ele mesmo." pag.15
          "Desta forma, Pudovkin defende que o plano é como o "tijolo" da construção fílmica e que o material, ao ser ordenado, pode gerar qualquer resultado desejado...
Pudovkin fez várias experiencias a partir dessa ideia... Na sua conhecida experiencia com Ivan Mosjukhin, ele usou o mesmo plano do ator justaposto com três diferentes planos: um prato de sopa sobre a mesa, um plano de um caixão com uma mulher morta e uma criança brincando com um brinquedo. A plateia interpretou as três sequencias como a de homem com fome, um marido triste e um adulto alegre. No entanto, o close up era sempre o mesmo.” pag.16
          “... Em seu filme A mãe (1926)... Pudovkin comentou a construção da sequencia da seguinte forma:
                    Tentei afetar os espectadores não pela interpretação psicológica do ator, mas pela síntese plástica transmitida na montagem. O filho está na cadeia. De repente, ele recebe a informação de que será libertado no dia seguinte. O problema era exprimir cinemato- graficamente sua alegria. A imagem de sua face se iluminando devia ser sem variação e vazia de sentido. Por isso, mostrei o movimento nervoso das mãos e um grande close up da metade inferior de seu rosto, as curvas do sorriso. Desses planos cortei para outros diferentes materiais – planos de um rio correndo caudaloso, a luz do sol nas águas, pássaros brincando em um lago e finalmente, o sorriso de uma criança. Com a reunião dessas partes, nossa expressão da “alegria do prisioneiro” tomou forma.” pag.17
          “... Ele também experimentou livremente a construção de cenas para transmitir suas ideias politicas. Quando os trabalhadores atacam, o destino é certo (Figura1.12); quando pais e filhos escolhem lados diferentes na luta politica, a família (no caso, a mãe) sofre (Figura 1.13); a tragédia familiar é necessária para que a mudança politica aconteça (Figura 1.14).” pag.19

Sergei Eisenstein: Teoria da Montagem
          “Eisenstein foi o segundo grande nome entre os cineastas russos. Como diretor, ele foi talvez o maior...
          … Começando com A greve (1924), Eisenstein experimentou teorizar sobre a montagem como um choque de imagens e ideias. O principio da dialética foi particularmente útil para os temas relacionados com os acontecimentos pré revolucionários e revolucionários...
          … Sua teoria de montagem é composta por cinco tipos: métrica, rítmica, tonal, atonal e intelectual.” pag.19
          A montagem métrica
          “A montagem métrica refere-se à duração da cada um dos planos. Independentemente de seu conteúdo, encurtar planos diminui o tempo que o público tem para absorver a informação de cada um deles. Esse procedimento aumenta a tensão da cena. O uso de plano próximos cria um sequencia mais intensa.” pag.19
          A montagem rítmica
          “A montagem rítmica relaciona-se à continuidade visual entre os planos. A continuidade baseada na ação e nas entradas e saídas do quadro são exemplos da montagem rítmica... Por exemplo, na sequencia da escadaria de Odessa em O encouraçado Potemkim (1925), os soldados marcham escadaria abaixo em uma direção do quadro e em seguida vemos a população tentando escapar pelo lado oposto do quadro.” pag.22
          A montagem tonal
          “Na montagem tonal, as decisões da montagem buscam estabelecer um característica emocional da cena... As emoções mudam, logo, deve mudar também o tom da cena. Na sequencia da escadaria de Odessa, a morte de uma jovem mãe e a descida descontrolada do carrinho de bebê escada abaixo destacam a profundidade da tragedia.” pag.22
          A montagem atonal
          “A montagem atonal conjuga as montagens métrica, rítmica e tonal, manipulando o tempo do plano, ideias e emoções a fim de conquistar o efeito desejado na plateia.” pag24
          A montagem intelectual
          “A montagem intelectual trata da inserção de ideias em uma sequencia de grande carga emocional.” pag.24
          Einsenstein: teórico e esteta
          “... Na década de 1920, estivesse ou não consciente disso, Einsenstein descobriu a força da montagem e da composição de imagens, tornando-se um mestre. Ele era tão perigoso quanto qualquer artista o é: consciente de si mesmo, único, individual. Hoje, Einsenstein é valorizado como teórico, mas, assim como Griffith, ele foi também grande diretor.” pag.26


Mais uma parte. Na proxima, Dziga Vertov, Alexander Dovzhenko e Luis Buñuel.