terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Audiovisual na comunidade – dialogo, critica e organização social

Os meios de comunicação não podem ser apenas distribuidores de informações e interpretações à população, mas ensiná-la o valor da informação e da interpretação, de forma a permitir que descubra por si própria as mensagens e seja capaz de refletir com suas próprias conclusões.

          Para além do aprendizado das técnicas do audiovisual, as oficinas se voltam para o ensino de uma perspectiva crítica sobre produtos de cinema, vídeo e televisão, ao trabalho coletivo, difusão do vídeo como forma de expressão e ao estímulo de ações pessoais e sociais que interfiram na comunidade em que estão inseridas.

            Esse processo de (des)construção da mídia audiovisual proporciona uma melhor visão sobre a realidade, incentiva a pesquisa e a busca do conhecimento, para registrar as condições de vida dos habitantes e diagnosticar as necessidades sociais de forma mais ampla e precisa.

       A população jovem precisa de um resgate cívico, uma forma de transmissão do conhecimento em caráter comunitário. Para isso é preciso resolver antes o problema histórico-social da comunicação, uma questão tão importante quanto a educação, a economia, a saúde e a defesa.

            Se iniciarmos uma transformação para que utilizemos os meios de comunicação como ágora da sociedade, que todos os sentidos positivos e negativos dessa sociedade sejam postos em público; se os acertos e os erros são postos em discussão, se a sociedade começa a ver a si mesma, para então iniciar uma discussão no intuito de desenvolver uma organização social mais saudável e sustentável estará muito mais próximo da democracia de fato.

          São ações de comunicadores sociais que trazem de volta o sentido verdadeiro de comunhão da comunicação esquecido por força das preocupações diárias dos profissionais no atendimento do mercado empresarial, politico, ideológico ou personalista.

            Para isso devem aceitar a complexidade e importância que é olhar e ver a organização politica da sociedade como referencia central e a comunicação como uma de suas manifestações mais intensas e importantes.

               A comunicação não é o poder que manipula todos os outros, inclusive os cidadãos na sociedade do espetáculo em um mundo mediatizado. Porém pode vir a ser o estopim para legitima manifestação da micropolítica, importante à organização da vida contemporânea. Aprimorando o modo que a população “percebe” os problemas que a afeta e que se designam pelo nome genérico de “subdesenvolvimento humano”.

Diferentemente do que poderíamos chamar de “fazer televisão” que significa trabalhar nesse meio de comunicação, neste caso, por possuir seus próprios modos de produção e exibição, com conteúdos e públicos específicos chamamos de “fazer vídeo”, que quer dizer produzir programas ou cinema digital (ficção ou documentário) utilizando equipamentos eletrônicos para produção e exibição em qualquer plataforma ou aparelho individual.

        É evidente a pouca utilização da produção e da propriedade do conhecimento como instrumentos de inserção social, assim como, é nítida as crescentes manifestações e ações que valorizam a comunicação e a expressão como objeto de desenvolvimento individual e coletivo. Para ampliar a democracia, é preciso dar acesso à tecnologia e à informação.

         É natural a sociedade produzir informação e, é também essencial para o fortalecimento das comunidades excluídas. As oficinas de comunicação levantam a bandeira da responsabilidade, da emancipação social, possibilita o contato com a tecnologia, a informação e, consequentemente, ao conhecimento, alterando hábitos, tornando as pessoas mais autônomas e dinâmicas.

            Através dessa animação social e cultural utilizando os meios audiovisual e digital para exibição direcionada, colocando em movimento um bairro, ou mesmo um grupo. Possibilita colocar as pessoas em relação uma com as outras, de ajudá-las a reconhecer, discutir e resolver os problemas que elas encontram. É por aqui que a gente se vê!

*Danilo Tavares - Documentarista