quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Série Imersão - Num Piscar de Olhos parte 3

Terceira parte da Série Imersão, separei os principais pontos, na minha opinião, e transcrevi aqui. Com alguns pitacos meus, mas não muito.
Tenho por finalidade fazer isso com diversos livros.
Última parte:

O que faz do corte um “bom corte”?
Walter Murch nos descreve 6 critérios importes para edição:

            “O que você quer que público sinta? Se ele sente exatamente o que você queria durante todo o filme, você fez o máximo que poderia fazer. O que será lembrado não será a edição, a câmera, as atuações ou mesmo o enredo, mas como o publico sentiu isso.
            O corte ideal (para mim) obedece simultaneamente aos seis critérios que se seguem:
1) reflete a emoção do momento;
2) faz o enredo avançar;
3) acontece no momento “certo”, dá ritmo;
4) respeita o que podemos chamar de “alvo de imagem”(eye trace) – a preocupação com o foco de interesse do espectador e sua movimentação dentro do quadro;
5) respeita a “planaridade” – a gramática das três dimensões transpostas para duas pela fotografia (a questão da linha de eixo, stage-line, etc.) e; 
6) respeita a continuidade tridimensional do próprio espaço (onde as pessoas estão na sala e em relação umas com as outras).” Pag28-29

“Por exemplo, se você está considerando um leque de possíveis cortes para um momento particular do filme e descobre que determinado corte transmite a emoção certa e faz o enredo avançar e é satisfatório ritmicamente e respeita o alvo de imagem e a dimensão dos planos, mas quebra a continuidade do espaço tridimensional, este é, certamente, o corte que deve ser feito. Se nenhum dos outros cortes transmite a emoção certa, vale mais a pena sacrificar a continuidade espacial.” Pag 29-30
“Na maioria das vezes consegue-se satisfazer aos seis critérios: espaço tridimensional, plano bidimensional da tela, linha do olhar, ritmo, enredo e emoção vão se acomodar. Esse, é claro, é o objetivo sempre que possível – nunca aceite menos quando é possível conseguir mais.
O que estou sugerindo é uma escala de prioridades.” Pag31

Coloque-se sempre no lugar do público.

“Reforçando essas considerações está o que deveria ser a principal preocupação de um diretor: colocar-se no lugar do público. O que o público estará pensando em determinado momento? Para onde irá olhar? O que você quer que ele pense? Em que precisa pensar? E, é claro, o que você quer que ele sinta?”


Foco na tela

            “Se o editor esteve no set a maior parte do tempo – como estiveram os atores, o produtor, o diretor, o câmera, o diretor de arte etc. – pode se deixar envolver pelos aspectos práticos “sangrentos” da “gestação” e do “parto”. Quando, então, assiste ao copião, não consegue deixar de ver, com o olho da mente, o que extrapola os limites do quadro...
            “Trabalhamos pra caramba para filmar essa cena, ela tem que estar no filme!”
            {Ou}... quando todos estavam de mal humor, e dizer sob protestos: “Tudo bem, vamos fazer isso, pega esse close e papo encerrado” Tempos depois, ao olhar para a cena, só consegue lembrar do péssimo momento em que foi filmada. Nesse caso, pode deixar de ver o potencial da cena em outro contexto.
            O editor, no entanto, deve tentar ver apenas o que está na tela, assim como o público o fará... Mantendo o foco na tela...” pag34-35

O prioridade do editor é:

“... o editor tem de fato a responsabilidade de juntar as imagens (dizer, as “palavras”) numa certa ordem e num certo ritmo.” Pag37

Espero ter contribuido para seu desenvolvimento. Mas, lembre-se, NADA COMO LER O ORIGINAL.
Edgar Moura em seu livro fala sobre isso. Ninguém pode conhecer Platão como eu conheço, li o original.
Leia!

2 comentários:

  1. Me relembrou da época áurea em que planejávamos programas e discutíamos técnicas de fotografia e edição. Saudades dos velhos tempos, do Vitão, do Leyzinho, do Cardozo, do Twin, da Ana, dos plantões, das medidas socio-educativas, do ar condicionado 5oC, do Estudio 19, dos caras do blues fedendo a emissora toda, do DJ Marino, das paixões, do café do shopping, do calor calunga, das praias, da esperança. Tudo era bom. Até o que era ruim hoje parece bom. Passamos por tudo e sobrevivemos vitoriosos. Saudades daqueles tempos.

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  2. kkkk
    O pior é q tudo isso é verdade
    Principalmente os caras fedorentos do blues kkkk
    essa eu tinha esquecida
    Se Deus existe aquele era o chero do demo rs
    Bons tempos

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